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Você tem transtorno bipolar?

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O transtorno bipolar (TB) é uma doença para toda a vida. Não tem cura, mas pode ser controlado e sua manifestação está ligada a fatores ambientais e genéticos. Em boa parte dos casos, trata-se também de um problema que se herda dos pais. É o que explica o psiquiatra Ricardo Alberto Moreno, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) e diretor presidente da Associação Brasileira de Transtorno Bipolar (ABTB).

O especialista afirma que o problema se caracteriza pela alternância, ao longo da vida, de momentos de depressão e euforia (ou mania), que podem ser leves, moderados ou graves. “O transtorno bipolar é mais frequente dos 18 aos 25 anos. Basicamente, é uma doença de adolescentes e adultos jovens. Filhos de pais com TB têm risco de 33% de ter a doença. Mesmo se não a apresentarem, carregam os genes. E se pai e mãe tiverem, a chance é maior ainda”, completa.

De acordo com Moreno, o transtorno bipolar atinge o corpo e a mente, causando prejuízos para as atividades intelectuais, o trabalho, os relacionamentos interpessoais e, em casos mais graves, até para os cuidados vitais, como higiene, alimentação e sono.

Esses problemas, segundo a ABTB, são vivenciados por algo entre 1,8 e 15 milhões de pessoas no Brasil. “O TB tem duas formas clínicas: o tipo 1, conhecido há mais de 3000 anos, no qual há mania e depressão, tem incidência de 1% a 1,5%. E o tipo 2, com mais depressão e hipomania, uma euforia mais leve, ocorre com 2,6% a 8% dos pacientes”, observa o psiquiatra.

Transtorno bipolar costuma ser confundido com outros problemas psicológicos

O diagnóstico do transtorno bipolar é difícil. Moreno explica que, muitas vezes, pode ser confundido com um caso de depressão. Ou considera-se que o comportamento diferente da pessoa tem a ver personalidade dela. Mesmo que haja consequências como períodos de muito negativismo e melancolia, causados pela depressão, ou de empolgação fora do normal -com um “turbilhão de ideias” na cabeça-, caso da euforia.

Portanto, é preciso achar um profissional realmente especializado e que faça uma investigação a fundo sobre a presença da doença que, segundo o psiquiatra, em estágios graves, pode levar até a comportamentos psicóticos. “Outra característica é a incapacidade de avaliar o potencial de risco de determinadas atividades. Os pacientes se expõem demais, falam impulsivamente sem pensar, gastam muito dinheiro, tendo ou não. Tudo isso traz consequências desastrosas para a vida deles”, observa o especialista.

O especialista mais adequado para identificar a presença do transtorno bipolar é o psiquiatra, que se baseia nos sintomas e no histórico de vida da pessoa. “Não existem exames para fazer o diagnóstico, mas as pesquisas continuam e, talvez, daqui a alguns anos, já se identifique o problema com mais precisão. Ou, melhor ainda, que seja possível saber quais são as pessoas de risco para apresentar a doença”, completa Moreno.

Tratamento para transtorno bipolar é com medicamentos e terapia psicológica

O principal método de tratamento para a manutenção de um quadro saudável e evitar recaídas do transtorno bipolar, explica o psiquiatra, são medicamentos chamados estabilizadores de humor. Os cuidados psicológicos têm papel secundário e também devem incluir a família. De acordo com a ABTB, o tratamento adequado reduz a incapacitação e a mortalidade dos pacientes, que é alta. Muitos tentam, inclusive, o suicídio. Em alguns casos, também são necessários remédios antidepressivos e antipsicóticos.

“A pessoa precisa saber que tem uma doença, assim como o diabético, o hipertenso ou o cardíaco. E que deve fazer mudanças no estilo de vida, como, por exemplo: ter padrão regular para dormir (privação de sono é grave no transtorno bipolar) e evitar substâncias com ação no cérebro, como cafeína em excesso, álcool, drogas etc. Além de atenção com questões relacionadas ao bom senso, como atividades físicas, trabalho, lazer e descanso”, orienta Moreno.

O especialista ainda aponta duas questões relacionadas à prevenção do transtorno bipolar: é preciso identificar os doentes para evitar recaídas e, principalmente, ter atenção com os filhos de pacientes de TB, que têm maiores chances de desenvolver a doença. “O importante é a detecção precoce dessas pessoas de risco e, a partir da análise psicológica, avaliar se algum tratamento é necessário antes de a doença se manifestar na vida delas”, conclui o psiquiatra.

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