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Gravidez

Como a gravidez afeta os músculos abdominais?

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Especialmente em mulheres que tiveram gravidezes múltiplas, o alargamento e o adelgaçamento dos músculos abdominais podem contribuir para problemas com os resultados da cirurgia de abdominoplastia, relata um estudo publicado na edição de agosto do Plastic and Reconstructive Surgery®, jornal da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS).

“A ampliação dos músculos abdominais relacionada à gravidez pode desempenhar um papel na insatisfação da paciente, após a abdominoplastia, aponta o estudo, que descreve uma nova técnica para corrigir a largura excessiva do músculo abdominal em mulheres submetidas à cirurgia de abdominoplastia”, afirma o cirurgião plástico Ruben Penteado, diretor do Centro de Medicina Integrada.

Como a gravidez afeta os músculos abdominais?

Para descobrir, os pesquisadores analisaram os achados de tomografias abdominais realizadas por outros motivos em 60 mulheres, com idades entre 18 e 45 anos. As mulheres foram divididas em quatro grupos, com base na história da gravidez: sem gestação ou um, dois ou três ou mais gestações.

As tomografias computadorizadas foram usadas para avaliar as alterações relacionadas à gravidez no par de músculos retos, que localizam-se ao longo de ambos os lados do abdômen. Separados por uma faixa de tecido fibroso chamada linha alba, os músculos retos formam o músculo abdominal “six pack”. As medidas da tomografia computadorizada mostraram o alargamento da linha alba após a gestação: de uma média de 1,14 a 2,29 centímetros, sem alargamento adicional após gravidezes múltiplas.

O parto também está associado ao alargamento dos músculos retos abdominais. A largura média dos músculos passou de 6,0 centímetros em mulheres sem gravidez, para 6,6 centímetros após uma gravidez, para 7,0 centímetros após duas gestações. Não houve mais alargamento após três ou mais gestações.

“As alterações podem ser relevantes para os resultados da abdominoplastia após o parto – particularmente em mulheres com separação dos músculos abdominais. Essa condição, chamada de diástase do reto, pode causar abaulamento e fraqueza abdominal, dificultando que as mulheres recuperem a força muscular após a gravidez. A reconstrução da parede abdominal é importante não apenas para a estética, mas também para a restauração da pressão do núcleo”, explica Ruben Penteado, que é membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

A abdominoplastia é frequentemente realizada por mulheres que querem restaurar a forma e a aparência de seus corpos após a gravidez. Mas, algumas podem ficar insatisfeitas com os resultados da abdominoplastia, o que leva a procedimentos de revisão cirúrgica. O estudo foi motivado exatamente por pacientes que estavam insatisfeitas devido a um “abdome flácido” persistente após a abdominoplastia padrão.

“O estudo é o primeiro a documentar mudanças no músculo reto após duas ou mais gestações. As descobertas podem explicar por que algumas mulheres têm frouxidão da parede abdominal e incapacidade de fortalecer os músculos centrais, apesar da abdominoplastia convencional e do reparo do músculo reto. Enquanto a largura média do músculo reto foi de sete centímetros, os autores observam que algumas de suas pacientes tiveram um aumento de até 10 centímetros”, informa o cirurgião plástico.

Para este tipo de caso abordado no estudo, os autores acreditam que uma abordagem alternativa à abdominoplastia é necessária, seguindo os princípios do reparo da hérnia. Embora esta técnica possa ser indicada para uma minoria de pacientes, a avaliação da largura muscular no intraoperatório com o estreitamento do músculo reto pode evitar a insatisfação do paciente e os procedimentos de revisão cirúrgica da abdominoplastia.

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