Coração
Doenças cardiovasculares: casados têm menores índices
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Ao mesmo tempo em que o casamento é uma união, ele também é o início de uma nova etapa na vida. Os benefícios são muitos e vão desde o fato de contar com um apoio emocional, bem como poder recorrer nos momentos mais difíceis. Mas não é só isso. Pesquisadores da Michigan State University descobriram que o casamento está diretamente relacionado a um coração mais saudável.
Para chegar a esse valor, foram descartados outros fatores como o consumo de álcool ou remédios. Entre os motivos que poderiam explicar essa diferença, os pesquisadores elencaram a melhor saúde financeira dos casais e a maior atividade física de pais e mães nas brincadeiras com seus filhos.
Os pesquisadores hipotetizaram que a razão está no estilo de vida diverso. Pessoas casadas têm horários de sono mais regulares e atividades menos nocivas à saúde, além de um convívio social mais intenso – algo importante para manter uma boa saúde mental.
No estudo, publicado no Journal of Marriage and Family e conduzido nas últimas duas décadas com mais de dois milhões de pessoas entre 42 e 77 anos, mostrou, ainda, que na outra ponta, os divorciados, viúvos ou os nunca casados são 42% mais propensos a sofrer de males cardiovasculares e 16% mais chances de ter doenças coronárias, como obstrução das artérias. O risco de morrer também é elevado para os não casados em 42% de doença cardíaca coronária e em 55% de acidente vascular cerebral.
De acordo com o cardiologista e coordenador do Programa de Infarto Agudo do Miocárdio do HCor (Hospital do Coração), o casamento garante suporte social, emocional e financeiro, fundamentais à saúde. “O estudo reforça o que a gente já sabia: o ser humano é uma figura altamente social e viver com outra pessoa protege contra ocorrência de doenças como as cardiovasculares. É aquele parceiro que recomenda procurar um médico ou ajuda a identificar os sintomas de alguns males.
Porém independentemente de ser casado ou solteiro, para garantir um coração saudável, o fundamental é evitar os principais fatores que causam as doenças cardiovasculares, como estresse, má alimentação e sedentarismo. A única relação da vida conjugal com a saúde do coração, é que pelo menos na teoria as pessoas casadas levariam uma vida mais regrada”, explica Dr. Piegas.
Diga sim e proteja o seu coração!
A pesquisa da Michigan State University descobriu que pessoas casadas são capazes de viver por mais tempo e as pessoas comprometidas produziram menores índices de cortisol, o hormônio que as deixa estressadas.
De acordo com os cientistas, as pessoas que são casadas ou moram com namorados são mais felizes, e experimentam menos sintomas de pressão do que pessoas solteiras.
Os pesquisadores analisaram registros de um banco de dados de mais de 2 milhões de pessoas avaliadas para doenças cardiovasculares nos EUA, com o objetivo de obter informação demográfica de pacientes e fatores cardiovasculares de risco. Depois, eles estimaram a probabilidade de doença por estado civil e analisaram a presença de doença vascular em locais diferentes dos vasos sanguíneos, como as artérias coronárias, artérias carótidas e pernas, a aorta abdominal.
“Fatores de risco cardiovasculares tradicionais, como hipertensão, diabetes, tabagismo e obesidade foram semelhantes aos da população geral dos EUA, de acordo com os autores. Após o ajuste para idade, sexo, raça e outros fatores de risco cardiovasculares, os pesquisadores descobriram que o estado civil foi independentemente associado à doença cardiovascular. Estes resultados foram consistentes, tanto para homens e mulheres em todas as quatro condições”, analisa o cardiologista do HCor.
As pessoas casadas apresentaram 5% menos probabilidade de ter uma doença vascular em comparação aos solteiros. Eles também tiveram 8%, 9% e 19% menos chance de aneurisma da aorta abdominal, doença cerebrovascular e doença arterial periférica, respectivamente. As chances de doença coronariana foram menores em indivíduos casados em comparação com os viúvos e divorciados.
“Por outro lado, ser divorciado ou viúvo foi associado a uma maior probabilidade de doença vascular em comparação com solteiros ou casados. Viúvos tiveram 3% mais risco de qualquer doença vascular e 7% mais de doenças nas artérias coronárias. O divórcio foi relacionado a uma maior probabilidade de qualquer doença vascular, aneurismas abdominais aórticos, doenças nas artérias coronárias e doença cerebrovascular. Para pessoas de 50 anos ou menos, o casamento está associado a 12% menos risco de doenças vasculares em geral, índice que cai para 7% em pessoas de 51 a 60 anos e apenas 4% para as de 61 anos ou mais”, conclui Dr. Piegas, do HCor.