Ansiedade
Transtorno do pânico: quando chegamos no limite
E quando chegamos ao limite? Qual a ligação do transtorno do pânico com a imprevisibilidade? Em média, quando tempo ele demora para aparecer diante de um quadro contínuo de estresse?
Transtorno do pânico: quando chegamos no limite
De acordo com a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa, ‘o transtorno do pânico não é uma frescura, é um transtorno de ansiedade. O que significa isso? O cérebro suporta uma determinada carga de estresse prolongado e diário’.
Mas o que leva ao pânico? ‘É uma coisa que vai vindo de um dia a dia que você vai perdendo o controle da sua vida. Você vai sendo dominando de pensamentos sempre relacionados a morte. Medo de enlouquecer e perder o controle da sua vida e das pessoas que você ama e acha que você controla’.
Desgaste
‘Então isso é uma coisa que vai desgastando. Porque o cérebro suporta tudo, menos pensamentos ruins. E no pânico, você vai tendendo a ter um cérebro que só funciona assim’. Em outras palavras, os pensamentos ruins dominam de tal forma que ‘o cérebro simplesmente pifa’.
Beatriz Barbosa calcula que o alcance desse estágio ocorre geralmente entre um ano e meio e três anos do estresse prolongado. ‘Que geralmente tem um conteúdo familiar, afetivo ou profissional’.
Imprevisibilidade
Ela cita o caso de um filho que cuida da mãe com Alzheimer, que precisa ‘lidar com a imprevisibilidade todos os dias sem poder fazer nada’.
‘Por isso o pânico é um transtorno que predomina em personalidades que têm essa tendência de ser meio que arrimo de família. Aquele que quer controlar, mas não no mal sentido. É querer de nada de mal aconteça ao filho, à pessoa que ela gosta’.
‘O pânico é imprevisível. Por exemplo, você não tem pânico no meio de uma batalha. Você aguenta, por exemplo, enquanto está escrevendo o livro da sua vida. Você só tem pânico quando você relaxa a questão da sobrevivência’.