Depressão
Sofrimento: o que é estresse tóxico
O sofrimento experimentado por quem passa por momentos difíceis, principalmente no ambiente familiar, acende o alerta para o chamado estresse tóxico. Afinal, como podemos identificar os sinais para buscar ferramentas que possibilitem lidarmos melhor com as questões e conflitos do dia a dia?
Sofrimento: o que é estresse tóxico
De acordo com o psiquiatra Marco Antonio Abud Torquato Júnior, o chamado estresse tóxico é caracterizado por ‘ameaças, com agressões persistentes, como a sensação de pouco afeto’. Por isso, a importância do amparo, da mão amiga.
Em outras palavras, essa companhia ‘ensina nosso cérebro que a gente dá conta, que aquela dor existe no mundo, mas ela não é insuportável’. Dessa forma, passamos a cultivar a resiliência, buscando ressignificar períodos de dor e igualmente lidando com serenidade diante de situações que não dependem unicamente de nós mesmos.
Consequências
Caso não visualizamos essa possibilidade de melhora, o cortisol passa a aumentar consideravelmente e começamos a ter alterações cerebrais. Mas cada caso é um caso, observa Marco Abud.
‘Porque o nosso sofrimento é o maior do mundo’, ressalta. Ele exemplifica casos de abuso, negligência, quando um pai não dá atenção ao filho. ‘Então isso vai fazendo com que o cérebro seja bombardeado por cortisol constantemente’.
Serenidade
Em conclusão: ‘o afeto, o acolhimento, estimulam outros hormônios que anestesiam esse cortisol’. ‘Mas se ocorre isso, o que acontece? A amígdala, que é o centro do perigo no cérebro, a ficar aumentada’, observa.
Assim, outra área chamada de hipocampo, que regula a emoção, ficada diminuída. ‘Então a pessoa está muito sensível a ameaças e pouco sensível a coisas prazerosas. Prazeres pequenos já não dão tanta vida para ela, então fica muito sensível às coisas ruins do que as coisas boas’. Em outras palavras, como se o paladar fosse alterado, ‘só sensível a coisa azeda ou coisa ácida. Coisa ruim. Coisa boa não sente’.