Sobre todos nós termos transtornos mentais

O peso emocional da vida moderna (e com as redes sociais) tem provocado crescimento considerável no número de diagnósticos de transtornos mentais. Mas será que todos nós estamos realmente doentes ou temos comportamentos e sentimentos passageiros que caracterizam determinado transtorno?

Sobre todos seres terem transtornos mentais

De acordo com a psiquiatria Ana Beatriz Barbosa, todos nós temos um pouco de cada transtorno mental. ‘O que muda é a quantidade que eu tenho e o que ele paralisa. Por exemplo: quem não tem uma mania?’. O que não necessariamente significa que a pessoa tem TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo).

Em outras palavras, o importante é reconhecer que temos e não sofrermos com isso. ‘Por exemplo: pequenas manias servem para nos organizar. Se eu não tiver mania, eu tenho déficit de atenção’, ressalta.

Manias comuns

Em entrevista ao ‘Sempre um Papo‘, a psiquiatra conta que desenvolveu a mania de sempre conferir que está carregando sua bolsa, mala e mochila. ‘Então toda vez que eu paro em algum lugar, eu falo: bolsa, mala e mochila’.

‘Portanto, pequenas manias são coisas que nos organizam’. Mas quando isso se torna o chamado ‘sistemático’, que levanta da cama para conferir se desligou todas as luzes da casa, o sinal amarelo acende.

Borderline e paixão

A instabilidade emocional, característica deste transtorno, de acordo com Beatriz Barbosa, é algo semelhante ao que é vivido por quem está apaixonado. Ou seja, em algum momento da vida iremos passar por estágios semelhantes. Mas nem por isso estamos doentes.

‘É humano. Quando uma pessoa está apaixonada, tudo fica em uma dimensão e a gente jura que se a outra pessoa for embora a gente vai morrer’. Mas isso passa para a maioria, enquanto a pessoa com Borderline vive com se ela tivesse o tempo todo apaixonada na dependência do outro. ‘Então ele desesperadamente tem o medo de perder o outro’.