Depressão
Sobre o uso excessivo de calmantes
O que precisamos saber sobre o uso excessivo de calmantes? Eles devem ser usados apenas nos momentos mais difíceis, quando uma intervenção é necessária para o bem-estar do paciente?
Sobre o uso excessivo de calmantes
De acordo com a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa, ‘o efeito calmante, ansiolítico, do Rivotril, do Clonazepam, é mais ou menos de 0,5 a 2 mg por dia. Para se fazer um efeito convulsivante, você deveria usar 20 mg dia. Então é muito sedativo e acaba não sendo usado’.
Entretanto é bastante utilizando. ‘Eu diria que 90% das pessoas usam para controle ou para reduzir a ansiedade. São remédios bons? São. Mas devem ser usados com parcimônia. Ou seja, os calmantes são remédios muito interessantes para o início do tratamento. Quando uma pessoa está com crise de ansiedade aguda, ele deve ser usado. Mas por pouco tempo’.
Como usar
Beatriz Barbosa exemplifica: ‘costumo dizer que precisamos usar o calmante como usamos a Novalgina e o Tylenol. Para tirar um sintoma, uma febre, uma dor. Mas não para tratar’. Em outras palavras, trata-se de um ‘alívio de sintomas’.
Em seguida, a doença precisa ser tratada. Por isso, a importância do acompanhamento profissional. Unindo medicina, terapia e também o equilíbrio espiritual.
Uso excessivo
‘Aquilo que era para ser em curto espaço de tempo e bem receitado e conduzido’, acaba sendo uma paliativo por tempo demais, podendo não apenas prejudicar, mas também causar dependência. Ou seja, não é um tratamento. E sim uma espécie de caminhão de água fria para apagar o menor sinal de fogo.
Em conclusão: ‘quando os calmantes são usados diariamente, por um longo período, eles acabam causando uma dependência. Ou seja, tolerância. Então a pessoa vai precisando de cada vez mais dose para fazer aquele efeito’. Em outras palavras: o uso deve ser potencial e em momentos, de fato, necessários. De maneira contínua, não combate a doença. Apenas os sintomas. E quando for preciso combater os sintomas, pode não mais fazer o efeito desejado.