Sobre a dificuldade de aceitar a morte

Como lidar com o medo de morrer e da morte de pessoas queridas? O que precisamos refletir para dissipar esse sentimento que faz a gente deixar de viver o presente?

Sobre a dificuldade de aceitar a morte

Segundo a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa, existe uma questão cultural grande acerca do tempo. ‘Porque se você pensar bem, os orientais tem muito menos medo da morte. Pois a morte é a única coisa que a gente tem de certa’. Ela exemplifica: temos data quase certa de quando vamos nascer embora não tenhamos previsão de quando iremos partir.

‘Isso é algo que está dentro da nossa vivência, da existência, de qualquer ser vivo (planta, animal, ser humano). Como somos animais que possuímos uma inteligência estratégica muito grande, a gente tem esticado esse nosso tempo digamos assim. Mas morrer é a coisa mais certa que tem’.

Morte no presente

‘A gente morre todo dia um pouco. Porque o tempo que a gente vive hoje não se repete no futuro. Então essa visão que a gente tem de uma morte no futuro, faz com que a gente viva intensamente e produtivamente o hoje’.

‘Porque se hoje eu faço um dia em vão, sem uma carga de sentido, de propósito, conhecimento, amadurecimento, perdas e danos da vida, e de entender isso, eu estou jogando fora um dia, estou morrendo um dia da minha existência’.

A vida não é física

‘Aqui na Terra você tem uma estrutura física que vai envelhecendo, mas se você pensar bem, na sua consciência, você nunca se vê envelhecendo. Porque a consciência está acima do corpo’.

Em conclusão: é preciso ter uma ‘inteligência espiritual‘. Em outras palavras, ‘entender da eternidade do espírito’. Pois, independente da fé, precisamos compreender que a dimensão universal não acaba com a morte do corpo físico e nem se restringe ao planeta Terra.