Depressão e TOC: ocorrência de delírio e alucinação

Quando o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) evolui para Depressão? E quando o paciente acaba apresentando quadro de delírio e alucinação?

TOC: sobre ocorrência de delírio e alucinação

De acordo com a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa, cerca de 5% dos pacientes com TOC grave ‘podem evoluir para psicose e ter momentos de delírio e alucinação’. Ela cita como exemplo o papel interpretado por Leonardo de Caprio no filme ‘O Aviador’.

Mas ‘precisamos entender que o TOC é um transtorno de ansiedade muito grave’. Em outras palavras, ‘há um grande sofrimento, a pessoa fica sequestrada na própria mente e a sensação é que só ele pensa aquilo. Porque os pensamentos negativos no TOC são intrusivos e são repetitivos. Ou seja, eles se introduzem no pensamento da pessoa e eles ficam repetindo como se eles fossem um disco de vinil antigo arranhado’.

Exaustão do cérebro

Como consequência, a exaustão do cérebro. ‘Por isso é muito comum os pacientes de TOC não tratado evoluírem para Depressão’. Assim, sem tratamento, a pessoa pode viver praticamente ‘uma realidade paralela dentro do seu universo’.

Como sinais leves do TOC, Beatriz Barbosa elenca pensamentos intrusivos e execução de rituais (como conferir várias vezes se a porta está trancada).

Além da medicação

Nos casos mais graves, além da medicação (ajuste de serotonina), muitas vezes são usados antipsicóticos. Ela cita o exemplo de Michael Jackson. ‘Um menino que era extremamente talentoso, perfeccionista no que fazia, na dança, na música. E aí ele vai evoluindo de uma tal maneira que teve vários pensamentos negativos, não conseguindo dormir’.

Em conclusão, nas palavras de Ana Beatriz Barbosa: não se trata de uma fraqueza ou uma doença que tenha que se envergonhar. ‘Pelo contrário: são pessoas muito corretas, muito inteligentes, muito perfeccionistas mesmo no que fazem. Então são pessoas muito produtivas. Mas se elas se deixam envolver nesses rituais, chegam um ponto que podem romper a fronteira [da realidade]’.