Comportamento: o que é a Síndrome do Hulk

As ‘explosões’ de pacientes diagnosticados com Boderline são provocadas pela mesma situação daqueles com Síndrome do Hulk? O que a psiquiatria tem a nos dizer sobre o comportamento explosivo, frequente ou não?

O que é a Síndrome do Hulk?

De acordo com a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa, o Transtorno Explosivo Intermitente (TEI), mais conhecido com Síndrome do Hulk, acomete paciente com episódios de raiva desproporcionais, pelo menos duas vezes por semana em um período de três meses. ‘Todo muito tem raiva. Isso é comum, mas as pessoas em geral acumulam uma raiva, têm dificuldade de falar, de se colocar’, observa.

Entretanto, no caso do TEI, são pacientes que não possuem problemas. ‘Estão numa situação de diversão, tranquilidade, e às vezes, por uma besteira, têm um comportamento desproporcional’. Assim, agredindo verbalmente e até fisicamente, quebrando e arremessando objetos.

Arrependimento

‘As pessoas que sofrem com TEI se arrependem profundamente depois. Entram em sofrimento, tentam pedir desculpas. E elas não sabem controlar’. Ou seja, realmente não consegue se segurar e há necessidade do uso de medicamentos.

Em consequência, relacionamentos afetivos e profissionais são afetados. Pode até ser confundido com um ataque de fúria, mas não é algo ‘cumulativo’, explica Beatriz Barbosa. Em outras palavras, não é um diagnóstico para uma pessoa que está sob forte pressão e acaba ‘explodindo’, ocorrendo raramente.

‘Componente atlético’

‘A pessoa, geralmente, tem um componente atlético. São pessoas dispostas a atividades físicas. E se elas não estiverem fazendo atividades físicas, elas exacerbam esse comportamento’. Assim, em alguns casos, existe uma ‘descarga motora’, que é o corpo reagindo – quebrar objetos.

No caso do Bordeline, a explosão ocorre em decorrência da rejeição. ‘E geralmente o paciente não se arrepende na hora. Ele tenta se justificar’. Já na Síndrome do Hulk, o arrependimento é profundo e tende a ser ‘imediato’, com clareza das consequências do ato.